terça-feira, junho 26, 2007

Só mais um cigarro ?


" Tabaco: Estudo de duas universidades aponta os custos do tabagismo em Portugal.
Mais de 400 milhões de euros gastos em tratamentos, e quase 150 mil anos de vida perdidos, só em 2005, são os dados de um estudo feito pela Universidade Católica e pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. " Fonte RTP.

Após ter conhecimento desta notícia decidi escrever sobre este tema. Certamente que todos nós sabemos que o tabagismo constitui um custo para o erário público, mas não nos podemos esquecer que a carga fiscal sobre o tabaco é muito pesada, acabando os fumadores por pagar os custos que causam a todos nós (o estado somos nós). Uma vez que o fumador causa prejuízos à sua própria saúde, acabando por pagar os custos inerentes à sua atitude, ainda com superavite, não vejo qualquer tipo de problema. Na verdade este estudo por lapso ou por conveniência não divulgou este facto: quem fuma paga os custos que causa.

Neste espaço queria falar de outro facto: a falta de civismo de quem fuma. Já nos aconteceu pelo menos uma vez estarmos num restaurante e o nosso vizinho da mesa ao lado acender um cigarro quando estávamos a meio da refeição, ou vermos à descarada o sujeito fumador a lançar a ponta de cigarro para o chão. O que se verifica é que os fumadores são responsáveis por cerca de 70% do lixo existente. Generalizar tem os seus riscos, porque existem alguns fumadores conscientes, mas a maioria são uns autênticos ignorantes cívicos, que se acham no direito de conspurcar todo o lado por onde passam.

Eu sugeriria uma campanha cívica para os fumadores, não impedindo as pessoas de fumar, já que elas pagam e bem os custos médicos que irão precisar no futuro, mas alertar para os outros, para o seu egoísmo. Acho que deveria ser um slogan tipo caminhos-de-ferro: “pare, olhe e só depois fume” ou talvez “ em casa você também coloca o cinza e as pontas para o chão”. Eles pagam os seus cuidados de saúde, mas eu não quero que paguem os meus, porque eu pretendo nem sequer precisar deles.

Eu não gosto de fumadores, porque eles restringem a liberdade dos outros, são egoístas. Eu já tive que mudar de mesa num restaurante por estar alguém a fumar, eu evito frequentar locais nocturnos frequentados por fumadores, principalmente aqueles locais pouco arejados e com tectos baixos. Acho que toda a gente já teve a sensação de entrar num café e estar a entrar numa sala de fumo. Eu e os meus amigos mudamos hábitos por causa dos fumadores, será isto correcto? Certamente que não.

Gosto de ir tomar o meu café ao fim de semana e conversar um pouco com os meus amigos, mas por vezes é impossível, sinto que estou a perder anos de vida quando estou em determinados locais. Muitas vezes vemos jovens a servir à mesa em bares e esplanadas, pois são os únicos que se sujeitam ao magro ordenado, gostaria de saber como irão estar em poucos anos. Certamente com um cancro de pulmão sem terem pegado num cigarro.

Acredito que tem que ser feita uma reflexão séria sobre este assunto. Pensava que ia finalmente ser publicada uma lei que impedisse o fumo em locais públicos, mas o interesse económico falou mais alto. É preciso ter coragem para dizer não aos milhões de impostos recebidos com o tabaco, é preciso criar consciência nas pessoas. Porque não criar um curso de formação cívica para os fumadores, uma espécie de licença como a carta de condução. Afinal o carro e o cigarro matam.

Não gosto de fumadores porque eles poluem as cidades, retiram-me anos de vida e restringem a minha liberdade.

terça-feira, junho 05, 2007

Criminosos Emergentes


Hoje venho emitir a minha opinião sobre o caso dos estudantes que roubaram e profanaram a bandeira da Letónia, ou melhor, venho falar sobre esses insurrectos, uma vez que acho este título mais adequado e a classe estudante comporta muita gente de bem que não se identifica com estes vândalos.

O problema da nossa sociedade é mesmo esse, não damos os nomes correctos às coisas. O que estes indivíduos fizeram foi roubo, e não havendo qualquer necessidade básica que o justifique (por exemplo roubar para comer) é ainda mais grave. Gostava de chamar a atenção para a emergência de um novo tipo de crime, os crimes dos meninos da mamã.

Quando ouvi a notícia veio-me à ideia que estes pequenos furtos não constituem qualquer tipo de novidade, é normal roubar copos nas discotecas, roubar sinais de trânsito e até já vi levar de recordação a chave do quarto de hotel. Normal ?? Só se for para alguns, não para mim.

Uma característica deste tipo de roubo é o objecto roubado constituir uma espécie de troféu, algo que se quer mostrar aos amigos, para ser bem acolhido no seu seio. Funciona mais ou menos assim: o amigo "fixe" é aquele que tem à porta de casa um sinal de trânsito roubado às 4 horas da manhã numa obra, ou aquele que foi à Letónia roubar uma bandeira de um edifício público.

O mais engraçado nesta história é que os meninos de bem, de boas famílias, foram a humilhação dos seus papas. Para mim era constrangedor ver a minha mãe quase a chorar a implorar pela minha libertação e a beijar a bandeira da Letónia. Os dias na prisão e a humilhação que causaram aos pais vai fazer-lhes melhor do que qualquer lição de moral, que qualquer aula de educação para a cidadania.

Relativamente a este caso tenho só uma dúvida: Será que eles vão exibir com orgulho as marcas das algemas e vão dizer que conheceram as prisões da Letónia por dentro com o mesmo orgulho que exibiriam a bandeira roubada? Mas só os próprios é que podem responder.

Por fim, gostaria de chamar a atenção para o comportamento da comunicação social neste caso. Primeiro o que aconteceu foi um roubo, não uma simples profanação, a maioria dos portugueses nem sequer sabe o significado dessa palavra. Segundo, deram tempo de antena a um coitadinho, que é jovem e estudante, mas não é ladrão, a se queixar do tratamento que teve quando foi apanhado. Se calhar estava à espera que lhe oferecessem um cabaz de doces típicos da Letónia e lhe pedissem por favor para devolver a bandeira.

Concordo plenamente com as consequências dos seus actos, uns dias na prisão vão fazer mais por eles do que os pais ou a escola podia fazer, pois está provado que não fizeram nada ao longo de cerca de 20 anos.

Vou então proceder ao perfil desta nova classe de criminosos:
1) Jovens entre os 18 e os 24 anos;
2) Formação superior ou em fase de obtenção dessa qualificação, mas estúpidos e com falta de formação cívica;
3) Não vivem com os pais, saíram de casa principalmente para estudar;
4) Objecto de roubo: coisas com pouco valor monetário, mas com grande simbolismo, normalmente contendo indicação do local onde pertencia;
5) Móbil: prazer de roubar e ser reconhecido pelos seus pares.