domingo, setembro 28, 2008

A Nova Revolução


Depois de escrever sobre os mais variados temas, neste momento apetece-me ser um profeta da mudança e elencar um conjunto de pontos que demonstram a entrada de uma nova era, em que nada irá ser igual.

Como já devem ter reparado eu sou um liberal assumido, defendo que o mercado deve funcionar e que o estado deve manter-se o mais afastado possível, pois acredito que o estado nunca consegue fazer melhor que o próprio funcionamento do mercado e da economia, muito pelo contrário, até introduz distorções ao seu funcionamento e depois surgem os problemas (ver o caso dos subsídios no último post).

Mas como referi anteriormente, nada irá ser como dantes, estaremos perante uma nova revolução industrial…

· O tempo do petróleo barato acabou, vamos ter que investir em novas fontes de energia. A ordem mundial vai-se alterar, existem países que viviam exclusivamente do petróleo e que já estão a investir em outros sectores (ex: Emirados Árabes Unidos estão a apostar no turismo). Portugal tem que investir em fontes de energia alternativa, começamos a ver na paisagem nacional várias centrais de produção de energia eólica. O futuro é diminuir a factura energética nacional ao máximo e uma vez que não temos petróleo, vamos aproveitar o país solarengo, ventoso e plantado à beira mar.

Aproveito para lançar uma profecia apocalíptica: o petróleo está a acabar, as reservas mundiais estão a chegar ao fim, a extracção de petróleo está quase a tocar o máximo da capacidade mundial. Desengane-se quem acredita na descoberta de novos poços de petróleo, já foram todos descobertos, a tecnologia da NASA, através de radiografias aéreas (identifica a densidade da crosta terrestre), já identificou todos os poços potenciais existentes no planeta. Não vai ser descoberto mais nenhum poço que garanta a energia por mais 200 anos. Com o fim dos poços mais superficiais (o que já aconteceu), o preço vai subir (nunca mais teremos petróleo a menos de 100 dólares) de modo a ser rentável explorar os outros de mais difícil acesso, até chegarmos ao ponto de ruptura.

· A crise bolsista sem precedentes, que se explica em uma palavra: ganância. A organização económica mundial vai ter que mudar, não dá para acreditar como é que se chegou a tanto, como é que se permitiu que se pudesse emprestar dinheiro com tanta facilidade, sem saber da real capacidade das pessoas pagarem as casas. Já havia sinais de alarme há muito tempo, mas enquanto toda a gente ganhou foi óptimo, o pior foi depois. Novo facto mundial: os EUA a pedir ajuda ao resto do mundo, será possível? Vamos esperar que este nosso cantinho à beira mar fique imune aos vendavais que vêm do oceano atlântico. Mas o que tem de mudar? O sistema tem de mudar, a visão de curto prazo tem que ser alterada, os bancos que foram à falência tiveram excelentes resultados a curto prazo, os seus gestores receberam prémios de desempenho grandiosos e nunca os grandes bancos tiveram um crescimento tão grande, enfim tudo ia bem.

· A crise alimentar é outro facto. Felizmente que existe comunicação social, felizmente que conhecemos outras realidades, felizmente que podemos ajudar os mais pobres. Mas nada disto funciona, não estamos dispostos a pagar o preço justo pelos bens, continua o hemisfério norte (ditos desenvolvidos) a explorar o hemisfério sul. Este tema dá pano para mangas, mas fica para outra ocasião.

Estes 3 pontos são cruciais nesta nova era, tem-se que pensar nos erros cometidos, temos que reformular a forma de organização mundial. O mundo vai mudar, é um facto, será que seremos agentes da mudança ou seremos apanhados por ela.

Para reflexão - A palavra crise em chinês também significa oportunidade.

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